Não preciso ser presunçoso para reconhecer que muito produzi. Mas nada foi tão gratificante quanto ter tido filhos. Quer dizer, “filhos” é a designação que a maioria das famílias dão para quando alguém novo aparece como fruto da união (mesmo que adotado). Para nós, o que Deus nos deu mereceria uma nova classificação. O ano de 1985 foi um dos mais marcantes em minha vida quando compusemos a primeira das nossas melhores obras: Matheus Felipe Inácio Santos e logo em seguida, em 1986, veio Lucas Henrique Inácio Santos. Na foto abaixo em que estamos os três juntos eu brinquei e fiquei na ponta dos pés, mas a verdade é que em tudo eles são maiores e melhores que eu. 

Há trabalhos que produzimos e ficamos felizes quando vemos os olhos dos outros brilharem em resposta. Entretanto, há momentos em que não somos os produtores e sim os agraciados por bençãos maiores advindas de outras mãos. No caso, repetindo as palavras do pai dela “em 17.07.17, às 15h25, Melissa Lidório Baltar Inácio chegou ao mundo! Pesando 2,940 kg, cantando a plenos pulmões e alegrando a todos no centro médico!”. Isso mesmo, Matheus e Débora fizeram um filme em nossas vidas e agora eu e Ranúzia somos avós. Não vejo a hora dela crescer para fazermos juntos nossos filmes. Nossa produtora já tem até nome.

A vida não é um sonho e tudo passa muito rápido como um sopro. Olho pra trás e fico surpreso por ver quanto coisa imaginei e Deus permitiu que fossem materializadas. Sem falsa modéstia e presunção, tudo aqui é um breve resumo do muito que aconteceu nesses 57 anos. Ainda há muito que gostaria de fazer, mas bem sei que Deus é quem escreve o meu caminho. Se der pra fazer tudo que ainda quero, legal. Caso não, sem problemas, meu futuro será melhor ainda. Em tudo vejo como Ele é muito bom e tudo tem valido a pena. Se depois de tudo isso ainda não compreendeu quem sou, a letra dessa música me define por inteiro.

Tapeceiro

(Stênio Marcius)

Tapeceiro, grande artista,
Vai fazendo o seu trabalho.
Incansável, paciente, no seu tear.

Tapeceiro, não se engana,
Sabe o fim desde o começo.
Trança voltas, mil desvios,
sem perder o fio.

Minha vida é obra de tapeçaria
É tecida de cores alegres e vivas
Que fazem contraste no meio das cores
Nubladas e tristes.

Se você olha do avesso
Nem imagina o desfecho
No fim das contas
Tudo se explica,
tudo se encaixa,
Tudo coopera pro meu bem.

Quando se vê pelo lado certo
Muda-se logo a expressão do rosto
Obra de arte pra honra e glória
Do tapeceiro.

Quando se vê pelo lado certo
Todas as cores da minha vida
Dignificam a Jesus Cristo,
O tapeceiro.