Niara – Um juiz na tribo das águias – 2005

Conheci João Inácio, em 1984, quando ele dirigia uma peça de teatro sobre casamento e divórcio. Desde então tem sido um amigo mais que irmão, amizade rara. João Inácio tem um bocado de estrada. Já sonhou muita coisa que virou coisa que se pega. Já foi pipoqueiro; já foi fotógrafo; já fez teatro; já foi técnico em Química. Parou de sonhar outros sonhos quando conheceu o sonho-dos-sonhos. Hoje, o que quer que faça, o faz sonhando Niara.

A estória que se segue brotou no coração há muitos anos. Niara tinha poucos contornos de realidade, mas era profecia do que havia de acontecer na vida de João Inácio. Foi preciso esperar, sofrer e estudar muito para entender um pouco mais desse sonho de Niara. Niara é como sonhar acordado: dá quase para ver, dá quase para pegar. Na verdade, quanto mais se sonha com Niara, mais real ela fica. Deixa o terreno dos sonhos, vira ação no dia-a-dia. E é só assim que ela vira algo mais do que um sonho: Niara só dá para pegar se for além do discurso, além das promessas. E aqui está, uma estória no terreno dos sonhos, do imaginário. Mas fala de questionamentos que eu e você temos hoje, cotidianamente. Leia a estória, sonhe o sonho. Trilhe você também a estrada do Povo do Caminho.

Cláudio Cruz, Brasília, 15 de novembro de 1998